A fundação de Várzea da Serra deve datar dos princípios da Nacionalidade. Talvez os seus primeiros habitantes fossem colonos do Minho, que aqui se vieram estabelecer, como a outros lugares do concelho. E as casas mais antigas bem se assemelham, como em nenhuma outra freguesia, às construções minhotas, como se um fragmento dos povoados do Norte fosse transplantado para aqui.
No princípio do século XIII já era vila. Foi seu donatário o conde de Barcelos, D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis.
Foi uma das dez terras rurais de Portugal privilegiadas com o foro de beetria (anexa à de Britiande), que, na alta Idade Média, lhe conferia o direito de eleger e tomar livremente os regedores que mais lhe conviessem para a sua defesa e bem-estar, podendo ainda destituí-los quando faltassem aos deveres que lhes incumbiam como tal ou quando traíssem a Pátria.

As beetrias são uma herança de Castela, como os municípios são uma herança de Roma. As beetrias portuguesas, porém, eram de mais restritos privilégios. Enquanto que em Espanha os povos que gozavam deste privilégio escolhiam e destituiam o senhor ad nutum (sem condicionalismos), em Portugal deviam escolhê-lo da corte e ficava esta escolha dependente da aprovação real. E só os destituiam nos casos anteriormente apontados. Foi por isso que estas instituições, muito mais democráticas do que as concelhias, tiveram uma existência mais tranquila do que no reino vizinho.

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